Pavão no Deserto

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Imagino um pavão, no deserto. Com todas aquelas características típicas de um Pavão. O corpo de um azul-marinho, chamativo e exuberante. Passando para a cauda, que é o que dá ao Pavão a maior característica dele: maravilhoso, por completo. E como poderia não deixar de ser? Ele se exibe mostrando aquelas penas de cores inusitadas e brilhosas, que parecem até olhos, com o rabo arreganhado. Mas pra quem ele iria se exibir, sem espectadores no deserto? Ele não lembrava muito bem de sua infância, mas sabia que ali não era o seu lugar, e que por algum motivo ele chegara ali, longe de todos, exceto por algumas cobras, lagartos, escorpiões e esses animais inusitados do deserto. Ninguém o dava atenção, ninguém o entendia, e todos o achavam estranho, pelo simples fato de dar cor àquele lugar de alguns tons alaranjados, e sem vida. Mas isso despertava inveja de outros animais que queriam ter todas aquelas cores das quais o pavão possuía. Ele sabia que aquele não era o seu mundo, ele gostava das cores, do verde, lembrava vagamente de como ele dormia em cima dequelas árvores altas e aconchegantes, e agora nem tinha um lugar certo onde dormir, qualquer lugar já era um lugar. Então ele decidiu andar, andar sem destino, à procura de alguém que o desse valor, alguém semelhante, pois ele sabia que não era o único a ser daquele jeito, alguém que o fizesse feliz, o desse atenção, pois ninguém naquele mundo o alegrava. Vagou por bastante tempo, tanto tempo que nem se lembrava mais. E enfim, encontrou um jardim. Nossa! E como era lindo aquele jardim, todo verdinho, com grama macia, e com várias árvores, de todos os tamanhos, e com a maior surpresa que o pavão poderia ter! Ele encontrou e logo se apaixonou, quando encontrou uma "pavoa", na verdade, a sua "pavoa".

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