Não sei porque, mas fico mais sensível essa época do ano, sempre tenho uma depressão pré-natal. E embora seja bobagem, essa pequena chateação com meus pais me deixava angustiada. Aliás, datas como Natal, Ano Novo e meu Aniversário me deixam assim, talvez por pensar demais sobre. Ano passado também tive essa depressão pré-natal também, que se estendeu para depressão total de Natal. Ano passado passei o primeiro natal sem meu pai, passei só com minha mãe e meu irmão, alheios na casa de um parente. Não lembro se ganhei presente dos outros, devo ter ganhado, mas lembro que não ganhei o presente dos meus pais, o tal “presente não quisto”. E sabem de uma coisa? Senti muita falta, não pelo fato de não receber o presente, mas porque ele representava algo bem maior, era a constatação de que meus pais lembram-se de mim, e sempre fazem tudo para me agradar e me ver feliz. Esse ano com a família reunida novamente, ganhei o “presente não quisto”, aconteceu a mesma chateação de sempre, e acreditem, fico muito feliz por ainda tê-los ao meu lado para eu poder me chatear, porque são eles o meu verdadeiro presente de natal.
Presente de Natal
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Não sei porque, mas fico mais sensível essa época do ano, sempre tenho uma depressão pré-natal. E embora seja bobagem, essa pequena chateação com meus pais me deixava angustiada. Aliás, datas como Natal, Ano Novo e meu Aniversário me deixam assim, talvez por pensar demais sobre. Ano passado também tive essa depressão pré-natal também, que se estendeu para depressão total de Natal. Ano passado passei o primeiro natal sem meu pai, passei só com minha mãe e meu irmão, alheios na casa de um parente. Não lembro se ganhei presente dos outros, devo ter ganhado, mas lembro que não ganhei o presente dos meus pais, o tal “presente não quisto”. E sabem de uma coisa? Senti muita falta, não pelo fato de não receber o presente, mas porque ele representava algo bem maior, era a constatação de que meus pais lembram-se de mim, e sempre fazem tudo para me agradar e me ver feliz. Esse ano com a família reunida novamente, ganhei o “presente não quisto”, aconteceu a mesma chateação de sempre, e acreditem, fico muito feliz por ainda tê-los ao meu lado para eu poder me chatear, porque são eles o meu verdadeiro presente de natal.
Postado por 404 Not Found Again às 17:51 4 escritos
Soldado Da Rua
sábado, 18 de julho de 2009
Sinal vermelho. Era uma noite linda, com poucas nuvens e estrelas, mas que tinha sua beleza pela lua minguante que sorria pra mim como Cheshire Cat. No sinal, algo me chama atenção: bolas de fogo que pareciam flutuar no ar. A cor preta dos malabares que pareciam tacos de baseball, se contrastavam com a noite. Achei aquilo mágico, quatro bolas de fogo levitando no ar. De repente ele perde a concentração e um dos malabares cai no chão, mas rapidamente ele o pega e a apresentação prossegue. O sujeito era branco, não tão alto, e careca, mas não um careca de calvice, um careca que quer ser careca, ou algo que o exige ser careca. Usava uma máscara de químico, e tinha o rosto e os braços sujos de algo preto, como soldados que fazem pinturas no rosto para de camuflar em alguma batalha. Percebi que a batalha dele era outra: a batalha do dia-a-dia, da noite-a-noite, a batalha da vida. Ninguém faz malabares no sinal pela pura e simples arte, mas porque foi a forma que encontraram de ganhar dinheiro. Ao terminar a apresentação, ele pára e olha atento aos primeiros carros. Ninguém com os braços estendidos para dar-lhe uma moeda, muito menos aplausos e prestígio. Ele vai caminhando entre os carros, passando por perto das janelas, em busca de “uma caridade”, mas nada dizia. Peguei algumas moedas na carteira, na verdade, todas as que eu tinha, nada que passasse de dois reais e de seu real valor. Ao ver que alguém - eu - estendia a mão pela janela, ele apressou o passo - o sinal não ia demorar para abrir – pegou as moedas e abaixou a cabeça em direção a janela do carro. Me olhou com olhos tão vivos e brilhantes ao mesmo tempo assustados. Sorri. Ele ficou paralisado, olhando-me por poucos segundos.
- Obrigada. – eu disse sorrindo.
Ele deu um estalo e voltou em si, mas não deve ter me entendido. Não falou nada, fez um gesto agradecendo e seguiu.
*texto antigo, dezembro de 2008*
Postado por 404 Not Found Again às 17:14 3 escritos
Cons[ci]ente
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Postado por 404 Not Found Again às 19:52 2 escritos
Ócio
terça-feira, 7 de julho de 2009
Ando tão apática
Porém tão pensativa...
Cheia de filosofia barata
Encontrada em qualquer
Banca de revista.
Postado por 404 Not Found Again às 18:50 2 escritos
Na Garrafa
domingo, 24 de maio de 2009
Em alguma noite
De solidão acompanhada
Nos bares de esquina
Cheios de conversa afiada
E escárnio
Cheiro de impureza
E alegria passageira
Ou tristeza profunda
Numa garrafa de vinho
Coloquei meu amor
E tapei com uma rolha
Joguei-o no mar
Sem muito saber
Onde ia parar
Mas quem o encontrar
Faça o favor de devolver-me
Eu esqueci de uma coisa:
Dar a última golada de vinho.
Postado por 404 Not Found Again às 11:30 5 escritos
Grito!
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Eu quero ser um grito!
Um grito descrito
E um grito escrito
O grito mais esperado
E o mais desesperado
O grito dos aflitos
E um grito de conflito
O grito de realidade
E o de teatralidade
O grito dos que temem
E dos que pretendem
Eu quero ser um grito!
O grito de imensa dor
E um grito animador
O grito da vitória
E um grito de escapatória
Um grito de virgindade
E um grito de virilidade
Um grito de felicidade
E de incredulidade
Um grito sozinho
Ou um grito com o vizinho
Eu quero ser um grito!
O grito dos mudos
E dos surdos
O grito de liberdade
E de insanidade
O grito mais silencioso
E o mais estrondoso
O grito da vida
E o da partida
E o grito mais bonito
É um grito infinito.
Postado por 404 Not Found Again às 13:08 12 escritos
Um Sábio Entre Gigantes
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Chegando lá em baixo ficou assustado com aquela confusão e caos. Umas comandavam e outras obedeciam, umas seguiam outras e outras eram seguidas, umas trabalhavam muito e outras não faziam nada, umas falavam alto e brigavam e outras se calavam e abaixavam a cabeça, muitas se amavam e outras continuavam solitárias. Percebeu que não eram formigas, eram pessoas iguais a ele, só que menores. Não gostou de ficar ali, preferia a tranqüilidade e calmaria do céu, mas era tarde demais, não tinha como falar com seu amigo mágico pois ele estava há milhares de metros acima. Tentou chamá-lo várias vezes pelo seu nome, mas foi em vão, poderia ficar ali até a eternidade e sua voz a chamar nunca ia alcançar os céus.
Frustrado e conformado, resolveu que iria ser uma formiga tal qual elas eram. Quando de repente escuta uma voz soprada no vento, que dizia:
- Não é porque você agora é formiga que deixou de ser gigante. Olhavas tudo de longe e não conseguias entender o que se passava, agora que estás da altura das formigas e observando tudo de perto, continue a olhar de cima como um gigante, mas olhe agora para frente. Sábios sempre são sábios, e conseguem enxergar alto de onde quer que estejam.
Postado por 404 Not Found Again às 09:53 2 escritos
Outra Vez
domingo, 10 de maio de 2009
Postado por 404 Not Found Again às 07:46 3 escritos
Poliamor Amador
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Eu amo muito[s].
Em cada canto
Deixo meu canto
E meu encanto
Em cada lugar
Tenho [um] amado
Tenho [me] gastado
Me aproveitado,
Acabado... Gozado!
Como é possível amar tanto?
Assim, sem razão...
Amar o amar
Só por amar
Amo o calor
O ardor, o suor
O sabor, o vigor
Amo a dor
A dor de quem ama?
Sou um amador!
Que[m] diz que muito ama
Mas nada sabe.
Postado por 404 Not Found Again às 11:31 5 escritos
O Casório
domingo, 26 de abril de 2009
Moravam pessoas de bom coração
Vilarejo este onde todos de conheciam
E namorar à vontade nem todos podiam
Casamentos todos os dias aconteciam
Mas nem sempre os casais se mereciam
O padre Onório atormentado com tanto casório
Saiu da pequena cidade rumo ao sanatório
Com a ausência do padre, o povo se entristeceu
E com sua falta, casamento nenhum aconteceu
Para resolver o problema fizeram uma reunião
Com idéias reunidas encontraram uma solução
No vilarejo vizinho muitos padres haviam
Tão bom quanto Onório todos desconheciam
Agoniados e aflitos de tanto procurar
Deixaram e deixaram o tempo passar
De tanto esperar, os noivados estavam para acabar
As noivas desesperadas sem saber se iam casar
Mas como nenhum padre queriam
A solução se foi e casamentos não haviam
Mais um dia naquele vilarejo se passou
E o sorriso no rosto de todos brotou
O padre Onório reapareceu
E logo um casamento aconteceu
Com a volta do padre, uma festa aconteceu
Organizada pela igreja pois padre Onório mereceu
Os moradores muito alegres comemoravam
E no vilarejo todos agradecidos estavam
Casamentos era o que não faltavam mais
Mas Padre Onório não reclamava jamais
Todos estavam muito felizes e satisfeitos
E seus casamentos foram mais que perfeitos
Florentina moça bonita, namora com Chicão
E namoradinhos desde criança eles são
O casório dos dois era o mais esperado
E de tanto esperar já estavam agoniados
O noivo Chicão não sabia o que vestir
Então foi no alfaiate se decidir
Foi a mãe da noiva que o vestido fez
E bonito ficou pois ele era xadrez
Padre Onório feliz da vida ficou
Pois fará o casamento de sempre desejou
O tão esperado casório ia acontecer
As famílias faziam gosto de comparecer
Com tudo decidido e preparado
O casamento foi celebrado
E depois da celebração
Todos foram se divertir em um festão
Alguns meses então se passaram
E as festas por lá não acabaram
Pois era época de carnaval em fevereiro
E fizeram um baile para quem fosse solteiro
Todos do baile estavam mascarados
Pois casamentos poderiam ser acabados
O Chicão falou que iria viajar
E com saudades de Florentina iria ficar
Aproveitando a viagem do marido
Florentina no baile de mascaras teria ido
Conheceu um rapaz de quem muito gostou
E quase no fim da festa um beijo rolou
Para verem seus rostos às mascaras tiraram
E todos os dois surpresos ficaram
Florentina olhou para o seu marido Chicão
E os dois ficaram inconformados com a dupla traição.
27.02.2007 - em forma de cordel :)
Postado por 404 Not Found Again às 01:55 3 escritos
Alucinações na Madruga
segunda-feira, 30 de março de 2009
- És portuguesa?
- Não, não. Brasileira.
Rimos. Esperamos um pouco do lado de fora, e eu continua a tremer de frio. Ao entrar no restaurante, uma mesa enorme pra 40 pessoas nos esperava. Sentamos um pouco ao meio. As duas pessoas idênticas fisicamente, sentaram ao meu lado direito, a aniversariante na frente delas, a minha frente uma desconhecida, ao lado dela, o tal rapaz que chegou de braços dados com a aniversariante. Com o decorrer do tempo, mais pessoas iam chegando, sentando-se e conversando. Ele, o rapaz, começou a puxar assunto comigo, perguntou de que parte do Brasil eu era.
- Do Nordeste.
- Não conheço. Mas sei um pouco sobre o Brasil, minha namo... ex-namorada era brasileira, então...
- Ah... Legal. – disse, sem saber muito que dizer.
- Faz tempo que tu estás aqui?
- Não... só dois meses.
- Eu também não sou daqui, sou colombiano, mas moro aqui faz tempo. – disse.
Enquanto isso, íamos conversando aos poucos, em cada brecha que aparecia ele me fazia uma pergunta, e eu, prontamente respondia, tímida, mas respondia. Todos conversavam, felizes. Foi aí que pediram vinho, vinho, mais vinho... As meninas começaram a ficar alegrinhas e falar alto. Alguém havia levado uma bebida, perguntei o nome, me disseram, mas não lembro, é um nome comum, mas estranho para bebida. Senti o cheiro.
- Parece tequila. Não é tequila?
- Não. – o tal rapaz disse. É uma bebida tipicamente portuguesa, prova.
- Não, não, obrigada. Não gosto.
- Prova, se tu gostares...
- Ta bem. – aceitei.
Peguei a taça, levando em direção a boca.
- Bebe tudo. – disse outro rapaz.
Virei a taça. Achei horrível, nada que eu não soubesse que iria achar.
- É horrível! Muito forte.
O tal rapaz começou a falar de bebidas, percebi que entendia do assunto. Cachaça é brasileira, tequila é mexicana... e por aí ele foi falando da origem de cada bebida, e perguntou se eu gostava. Disse que não, que quando bebia era vodka.
- Ahhh, a vodka é da Rússia... a minha bebida preferida, coincidentemente é vodka também.
- É a única que eu gosto. – disse.
A aniversariante, já alegre, começou a brindar e falar:
- Sou solteira e sou feliz!
Para o meu engano, ela e o tal rapaz, não eram namorados. Ao acabar o jantar. Eu e mais 39 pessoas fomos para a porta do restaurante. E o frio intenso do lado de fora. Todos estavam conversando, resolvendo se iríamos mesmo para uma boate. Os fumantes que tinham cigarro, fumavam, os que não tinham perguntavam pra todos que viam pela frente se tinham cigarro ou se tinham moedas pra dar para eles comprarem. Nisso, chegou um perguntando se eu tinha cigarro.
- Não, não tenho.
- Então me dá 20 cêntimos pra eu comprar?
- Não tenho trocado, só tenho moeda de um euro.
- És brasileira?
- Sou.
- Ô gatinha, me dá 20 cêntimos, vai.
- Eu não tenho. – procurei na carteira, e só achei 2 cêntimos.
- Toma, só tenho 2 cêntimos.
Sorriu e foi pedir mais moedas para outras pessoas. Provavelmente estava bêbado. Enquanto íamos pra boate, andando naquele frio que me fazia tremer, esse tal rapaz que queria cigarros, voltou e me pediu mais dinheiro, tornei a falar que não tinha. Ele começou a falar:
- Ah, me dá um cigarro...
- Eu não tenho, sério.
- Tu fumas crack?
- Não, fumo não. – Ri. Geralmente quem fuma crack é quem mora em favela. – disse.
- Favela? Eu vou pro Brasil contigo fumar crack.
- Você sabe o que é crack?
- Não, mas eu vou contigo fumar crack. Eu vou com a brasileira fumar crack!
O rapaz que eu havia conversado, perguntou se ele estava me incomodando.
- Não, não, deixa ele pra lá.
- Ô sai de perto da brasileira que ela é minha. – o bêbado do cigarro disse.
- Sou sua? Nossa...
Me irritei, e ele percebeu.
- Vem que eu te acompanho. – e estendeu o braço pra mim.
Andávamos como namorados, e conversávamos como estranhos, na madrugada fria. O cara chato ficou pra trás, assim como muitos. Estávamos em um grupo de 10 pessoas indo para a boate. Ele perguntou como era a escola no Brasil, expliquei:
- Que horas podemos entrar?
- A partir das duas horas, no mínimo. Agora só podem entrar casais e maiores de idade.
- Mas nós somos maiores de idade...
- Mas eu digo maiores que a idade de vocês.
A vontade de socar esse cara era enorme, mas fiquei calada. Resolvemos então entrar de casais, mas tinham mais meninas que meninos. O tal rapaz disse que podia entrar com a aniversariante e comigo. Uma por vez.
- Eu entro com contigo e com a...
Esqueceu o meu nome. É perdoável, afinal, meu nome pra eles é diferente. Nessa discussão de quem ia entrar com quem, aniversariante ligou pra alguém, assim ela resolveu que todos iam fazer hora no apartamento de alguém e depois ir pra boate. Mais uma discussão. A maioria não conhecia as pessoas que iam está nesse apartamento, nem quem era o dono, e nem o que eles estavam fazendo nesse apartamento. Houveram gritos no meio da rua, o clima ficou tenso com o stress e o frio, mas todos acabaram indo pro tal apartamento. Estavam lá várias pessoas que estavam no jantar. Muitas pessoas bêbadas e fumando, não conversavam, muitos eram apáticos, e as meninas bêbadas davam em cima do tal rapaz.
- Sabia que te acho muito giro? – fala a grandona bêbada insinuando-se e quase o beijando.
- Obrigado. – ele riu, sem graça.
Enquanto observava, resolvi ir embora e ligar pro rapaz mais velho. Estava entediada, e boate não me agradava, disseram-me que lá não precisa nem de gelo seco, a fumaça dos cigarros dá o mesmo efeito. Pedi as duas pessoas idênticas fisicamente que me explicassem onde era o endereço do apartamento pro rapaz mais velho vir me buscar de táxi. Não sabiam me explicar, perguntei a mais duas pessoas, também não sabiam. Perguntei ao tal rapaz.
- Já vais embora?
- Já...
- Hmm, ok. – fez uma cara de decepção e pensativo.
Ele tentou explicar mas o rapaz mais velho não entendeu. Pediu um ponto de referência pra mim, eu não sabia, perguntei ao rapaz, ele disse um supermercado. Se eu quisesse iria comigo até lá para o rapaz mais velho me buscar na porta do supermercado. Acho que não sabia que o tal supermercado ficava longe, só acho.
Resolvi procurar a aniversariante que havia sumido entre as muitas pessoas naquele apartamento pequenino. Encontrei-a e pedi que me dissesse um ponto de referência próximo. A clínica. Sabes onde é? Sim! O rapaz mais velho sabia. Ela disse que ia me deixar, o tal rapaz disse que ia conosco, ficou chateado com as meninas bêbadas que o xavecavam, na verdade, era mais que um xaveco. A aniversariante disse pra ele não ligar, afinal, elas estavam bêbadas. Ele não disse nada, pegamos o elevador e descemos. No caminho até a clínica, nós três conversávamos. A aniversariante uns passos à frente e ele ao meu lado.
- Me dá o teu telefone?
A aniversariante olhou com olhos maliciosos pra cima dele. Sorri.
- Hmmm
- Não me olhes assim, não posso ter amigos?
Dei o telefone, afinal, não posso ter amigos? Ri. Pensei um pouquinho e pedi o dele. Ele ia salvar no celular, mas...
- Esqueci o seu nome.
Repeti.
- Mas é com Y.
- E tu sabes o meu?
- Sei. – Ri.
- Mas é com G.
Engraçado, se fosse no Brasil diriam que foi erro de cartório. Salvei. Chegamos em frente à clínica, sentamos na escadaria e ficamos conversando, nós três. A aniversariante perguntou:
- Ô Amor, não acontece sempre isso quando saímos. Achas que vão deixar tu saíres de novo conosco?
- Vão sim, não se preocupa.
- Nem te divertistes, mas o jantar foi bom. – ela disse.
- Foi sim. – disse sorrindo.
O rapaz mais velho no táxi chegou, ao me despedir ele disse:
- Desculpa não ter tido uma noite mais fixe.
- É amor, da próxima vez vai ser melhor. Quando chegares em casa me manda uma mensagem dizendo que chegaste bem.
Falei que não tinha problema, e realmente não havia, o jantar fora bom. Agradeci, entrei no táxi, e segui.
Postado por 404 Not Found Again às 10:59 5 escritos
Nada
quinta-feira, 19 de março de 2009
Toda adaptação é difícil
Pra pelo menos uma só pessoa
Mas é difícil.
Não reclamo
Mas não escondo minha tristeza
Tenho os olhos assustados
Sempre prestes a desabar
Minha voz é calada, trêmula
Preciso parar de prender o choro
Preciso desabafar
Preciso do teu abraço,
Encostar meu queixo no teu ombro
E não dizer nada...
Só ouvir o barulho da minha respiração
E me sentir protegida
Não ando só
Ando com a solidão, eu e ela
De mãos dadas
Passeando, perdidos...
Sei que vai passar
Mas nessas horas...
- Onde está seu otimismo?
Ele está ali, por último...
Como a esperança na caixa de Pandora.
Dois dias
Suficientes pra eu perder o brilho dos meus olhos
E andar, triste e só
Triste, enfim.
Postado por 404 Not Found Again às 02:33 2 escritos
O Zé
quinta-feira, 5 de março de 2009
Zé Mané
Zé Pequeno
Zé Ninguém
Zé Qualquer
Tens má fama
Mas eu te [dif]amo.
Postado por 404 Not Found Again às 08:02 4 escritos
Grande Salto
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Postado por 404 Not Found Again às 09:31 1 escritos
Já é Carnaval?
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Não senti o Carnaval chegar
Mas sabia que ele estava chegando
Nas lojas: máscaras e fantasias
Confete e serpentina eram vendidos
Marchinhas estavam a tocar em alguns lugares
Na televisão, anunciavam um baile de máscaras!
Estava no calendário: feriado
Mas nada mudou
O trânsito fluía normalmente
Ouvia-se o barulho corriqueiro dos carros
E todos foram trabalhar
A cidade não parou
Eu parei
Foi a primeira vez que senti saudade do meu país
E não das pessoas.
Postado por 404 Not Found Again às 15:42 1 escritos
Braga
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Meu tempo mudou.
Meu espaço também.
Ao tempo, lhe adicionei 3 horas.
Ao espaço, adicionei a distância.
Ah, Portugal...
Quero provar do teu sabor
Comer o teu melhor bacalhau
E encontrar em ti, um amor
Quero sentir a brisa gelada congelar o meu nariz
Alimentar as pombas da Praça das Laranjeiras
Dá um beijo em frente ao chafariz
E vagar nas noites frias, e acordar com olheiras
Quero olhar sempre riscos luminosos no céu
Observar a mudança das árvores em cada estação
Comer Pastéis de Belém na padaria do seu Manuel
E usar de teus encantos a minha inspiração
Quero caminhar pelo asfalto acinzentado feito de pedrinhas
Ouvir o barulho dos carros de polícia vindo da avenida
Comprar coisas antigas nas feirinhas
E ficar feliz, por ti, ter sido acolhida
Quero participar do balé dos guarda-chuvas ao chover
Enviar cartas na caixa de correio, que parecem irmão mais velho do hidrante
Que essas cartas mostrem o quão bela és, Portugal, a meu ver
Nesta cabeça que se diz inconstante
Quero carregar comigo toda tua bagagem
Passear pelo centro e conhecer tua história
Conhecer dos teus filhos, vossa linguagem
E guardar-te em minha memória.
Postado por 404 Not Found Again às 15:37 5 escritos
Fórmula do Esquecimento
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Postado por 404 Not Found Again às 15:10 3 escritos
Parti
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Com a pressa de quem busca seu lugar ao Sol, parti
Se demorasse um pouco mais, eu talvez não conseguiria
Sem choro, nem vela, nem despedida, parti
Só abraços apertados, faces tristonhas, e o silêncio...
Com uma imensa dor no peito, e imensa serenidade, parti
No meu estado de plenitude, sem ainda cair em mim.
Sem trazer comigo uma saudade que dói e machuca, parti
Talvez a melhor saudade que alguém pode sentir
Com a alegria de quem anseia por novidade e reencontro, parti
Sem ter os braços fechados pro mundo...
parti.
Postado por 404 Not Found Again às 10:48 1 escritos
Acabou
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Finalmente acabou! A mudança, a casa temporária, a doença possivelmente fatal, a recuperação, os amigos partindo da minha vida, a falta da internet, falta do carro, falta da minha figura masculina, regrar o dinheiro, a tarefa de ser mãe, adaptação as regras, luz fraca, mosquitos, ficar em casa, aprender a andar de ônibus, andar só de ônibus, compras não-fúteis, a saudade... Enfim, está tudo nos conformes como deveria ser, cheguei até pensar que esse dia nunca chegaria, passei por 4 meses que foram os mais tempestuosos da minha vida, como eu cresci, como eu amadureci... Como? e como... Agora me sinto em paz, de férias tempórarias, com a família reunida, com um lar pra chamar de meu, com pessoas novas pra conhecer, comidas diferentes pra provar, países pra conhecer... É, meu mundo novo só tá começando. :)
Ah... e o blog não está mais jogado as traças.
Postado por 404 Not Found Again às 13:08 2 escritos