Carta à José

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Ah Zé... A verdade é toda essa sua partida me parte também. Mas me parte algo de extrema importância para meu viver: meu coração. Este que nunca fora inteiro, continuará incompleto, pois algumas de suas partes estão espalhadas pelo mundo, e com você levará outra parte consigo, e assim ele permanecerá em pedaços. Mas meu coração é forte, ele sobrevive mesmo em pedaços, da mesma maneira que sei que sobreviverá mesmo com sua partida.

O que mais me deixa triste não é a distância, e sim tua ausência, pois sei que daqui pra frente tu estarás ocupado com teus estudos, e só poderei em cartas ter notícias suas. Apesar de achá-lo tão pequeno pra começar a tomar decisões que poderão ser eternas, não poderia eu, ser relutante em tuas decisões que só te trarão coisas boas no futuro... Metade de mim queria te ter sempre por perto, e a outra metade me diz que devo aceitar, afinal, eu só quero o teu bem e tua felicidade. E talvez quando voltares eu não estarei mais aqui, é tudo tão inconstante... Mas vou ficar esperando o dia que vamos fazer aqueles desenhos permanentes em nossos pulsos. O pulso: talvez tu não vais lembrar-se, mas eu lembro-me bem de tuas carinhosas palavras, de quando tudo ainda estava por começar, ''Minha amiguinha do punho, que bravamente tenta adentrar uma veia e chegar arduamente ao coração''. E assim e que aconteceu, e nem sei que motivo levou a acontecer, nós, pessoas tão distintas, tu que fazes tudo certo, intelectualmente admirável , de singular perfeição, já eu, sem ser motivo de orgulho ou admiração, como podemos nos entender? Sim Zé, pra mim, tu és perfeito, e se me perguntares algum defeito teu, eu sinceramente, não saberia chegar a uma resposta. Também não chegaria a uma resposta em saber o que fazes tu gostar de mim, não sou nada demais, em relação a ti, sou uma mera mortal exposta a defeitos, vícios e pecados que precisa de ti para ser ajudada, para me ensinar a não errar, preciso dos teus conselhos, das tuas palavras reconfortantes, das tuas brincadeiras, da tua companhia...

Mas ainda assim - mesmo sabendo que teremos pouco contato - quero que lembre-se que em algum lugar, ou em qualquer lugar, vai ter alguém que te ama, que lembra de você, e que quer que tu sejas a pessoa mais feliz do mundo, tanto profissionalmente como pessoalmente. E mesmo com essa tristeza que me habita, sei que o tempo vai esmagar a dor que eu sinto, mas não vai suprir a tua falta.

Pois em todo fim, portanto, há um começo.


Com carinho...

Monqui.

Desfibrilador

domingo, 6 de janeiro de 2008

Olhos fechados.

Eu e meu subconsciente.

Choques elétricos, ou algo para me reanimar, me acordar para a vida.

Que faça meu coração bater na mesma freqüência frenética de antes.

Que tire de mim todo esse sentimento ruim, e todo esse desânimo.

Que me ensine a viver, que revitalize meu ser.


Que me ajude a reviver.

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