Elipses Contidas

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

- Você é muito chato.
- Você me ama!
- E você?
- Eu te amo... E você?
- Você já respondeu por mim.
- Então é verdade?
- O quê?
- Que você me ama...
- O que você acha?
- Eu acho que ama.
- Então... você já sabe...
- Mas queria ouvir você falar...
- Te amo, amor.
- Também.
- Também o quê?
- Te amo, haha.



Molduras Por Todos Os Lados

domingo, 16 de dezembro de 2007

Queria poder ver seu sorriso a cada manhã ensolarada, só para iluminar e alegrar meu dia. Queria ouvir a todo instante tua risada gostosa, que faz cócegas em meus ouvidos. Queria ser a tua felicidade, queria te fazer sorrir, e que a cada sorriso que se emoldurasse em seu rosto, eu os pregaria na parede de meu quarto, e assim, quando a tristeza por tua ausência se abatesse sobre mim, eu olharia para todos os teus sorrisos emoldurados na parede e sentiria a tua presença, na tua ausência, e logo a felicidade voltaria pra mim, porque mesmo distante eu saberia que ainda tenho você.



My Everything

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Você,
Minha admiração, minha proteção, my heroine.
­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­
Heroína,
Meu amor, minha droga, my addiction.
­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­
Adição,
Meu complemento, meu porto seguro, my mate.
­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­
Morte,
Minha solidão, meu desemparo, my end.

Blackout

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Faltou luz.

Rapidamente aquela imensidão escura
tomou conta de meus olhos, breu.

Porque a luz demorava tanto pra chegar?
Quanto mais eu queria, mais ela demorava.

Naquele silêncio ensurdecedor,
na companhia da solidão, na ausência da luz,
que minha visão fatigada e acostumada com
a escuridão começava a distinguir coisas,
e a escuridão parecia ficar clara.

Foi ficando claro...
Tudo claro diante dos meus olhos,
mesmo na escuridão ainda há luz,
mesmo na profunda escuridão
que surgiu a luz, pra mim.

Assim, fez-se a luz.

Vendedor De Flores

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Ó senhorita, venha apreciar!

Flores de todas as cores,
Flores para todos os amores:
Flor amarela para jovem mais bela,
Flor azul para as gurias do sul,
Flor cor-de-rosa para moça dengosa,
Flor roxa para a pequena garota coxa,
Flor branca para uma mulher franca

- E a flor vermelha? - pergunta a linda senhorita.
- Receba deste que lhe aconselha.

Manual de Instruções

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

É engraçado a maneira que ela encara as coisas, ela diz que não se importa, mas a verdade é que ela se importa muito. Dá uma de durona, mas na verdade é sentimental demais. Vive com um sorriso no rosto, talvez pra disfarçar a tristeza nos olhos. Ela vive brincando, brinca de se entregar, brinca de inventar, brinca de fazer acontecer, brinca de apaixonar. Só sabe brincar... Ela já é quase uma mulher, mas ainda não perdeu a essência da criança que existe dentro de si. Ela sonha, sonha tão alto que às vezes é preciso de um choque de realidade pra saber que aquilo ainda não é pra ela. Ela não pensa em desistir, apesar de saber que vão ter muitas provas a cumprir, isso é só conseqüência de saber viver, é só deixar-se acreditar...

Pensamentos Soltos

sábado, 10 de novembro de 2007

É, eu estava um tempo distante, tirando o foco do meu pensamento pra outros horizontes. Mas nem sempre eram bons horizontes, ficar muito tempo sem escrever me deixa mal. Os pensamentos me atormentam como se pedissem urgentemente para eu expô-los, e quando não faço isso eles continuam a tirar-me algumas noites de sono, e só vão embora quando outros pensamentos tomam conta de tudo.
­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­

o deseq­­­­­­uilíbrio. o pranto. a angústia. a queixa.

a insegurança existencial. a solidão. a morte.

­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­ ­ ­­­

Essa seqüência impregnava-se em um profundo medo de estar vivo, de ser finito, de ser punido. Descobrir-me transitório, inconstante, só me leva à temer as conseqüências futuras de meu espírito.

Confissões de um bêbado

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Eu bebo.

Aquele líquido que me vende sonhos em garrafas;
Que me deu alegrias, que me consolou em alguns momentos,

e que me deixou calmo e introspectivo quando era preciso.
Dizem que o álcool dificulta a cicatrização.

Deve ser por isso que ainda sinto as feridas abertas.

~

Despertador

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

despertador
desperta dias
desperta sonhos
desperta fantasias

despertador
desperta paisagens
desperta mundos
desperta linguagens

despertador
desperta conhecimento
desperta vontades
desperta sentimento

desperta incertezas
desperta amor
desperta ilusões
despertador.

Camisa de Vênus

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O entardecer aquece o meu corpo e me protege das noites solitárias em que me encontro, com meus pensamentos vagando sem direção, sem uma certeza... O impossível está cada vez mais distante dos meus olhos e o palpável desvanece assim que acordo. Porque estou aqui? Esse não é o meu lugar. Preciso tomar aquilo que me alegra. Me sinto a cada dia mais mutilado por dentro, como se a areia da minha ampulheta já estivesse acabando, levando-me ao fim, ao meu fim... A ilusão tende a me atormentar cada vez mais, e os resquícios de minha felicidade vão sendo levadas pelo acaso, junto com as memórias que deixei por esquecer... Já nem lembro a última vez que vi seu sorriso, que me alegrava a cada manhã ensolarada, em que eu permaneci ao seu lado; Até chegar o dia em que eu amanheci em outra cama, sem ela... Até meus amigos me abandonaram, não sei se eram amigos, não sei se eram reais...

Seis horas. A enfermeira entra.

- Tá na hora do remedinho...
Remedinho? Porquê "remedinho"? Ela me trata como se eu fosse criança...
- Eu não quero esse, quero o que eu tomava!
- Esse você não pode...
- Porquê não? É a única coisa que tenho, que me alegra...
- Vamos, toma!

Tomo, relutante. Só assim descanso.

descanso...

Sinal Fechado

sábado, 13 de outubro de 2007

Ela parou ao meu lado, no seu carro vermelho. Abaixei o vidro e era ela, realmente. Puxa! Quanto tempo não a via, estava mudada, mas com o mesmo jeito sério de sempre. A chamei pelo velho apelido, ela virou subitamente, e deu um sorriso, levantando os óculos escuros. Perguntou como eu estava, disse que estava bem, ela o mesmo. Perguntei se ainda estava fazendo faculdade, ela disse que já havia terminado. Perguntou se casei, disse que sim, ela dizia que continuava solteira. Sorri. O sinal abriu, e cada uma seguiu seu caminho. Percebi como vida parece distanciar os melhores amigos, parece não, distancia de verdade, contrapondo decisivamente indivíduos na sociedade. Afarezes, compromissos, família, intercâmbio, trabalho, são vários os motivos que nos impedem de manter o mesmo contato com aqueles dos quais nós mais gostamos. E por pior que seja, isso é inevitável, não podemos ter todos por perto, sempre. E quanto tempo nos resta? O tempo de um farol de trânsito mudar de cor, do vermelho para o verde, da água para o vinho.

Soneto do ex-cafajeste

domingo, 7 de outubro de 2007

Da vida mundana quero esquecer
Consumia tudo o que podia e não devia
Entregue às tentações do vício e do prazer
Aceitando amores que o mundo me concebia

Lua se fez testemunha dos beijos que dei
Tantas juras de amor jogadas ao vento
Junto com as paixões que desperdiçei
Me levaram ao desalento

Tantas me carregavam em seu pensamento
Corações despedaçados e noites acordadas
Dando início ao meu julgamento

Já não era tão fugaz minha vida de delícias
O fim de minha insensatez começou
E destinos de perderam sem malícias

Relacionando

domingo, 30 de setembro de 2007

Não importa a sua idade e quantas pessoas já passaram na sua vida, talvez você até não acredite, mas a vontade de encontrar o "amor da sua vida", todos temos. Eu sei que lá no fundo todos têm essa vontade, mesmo dizendo que nunca vão achar alguém, ou que nunca vão casar. Acho que a cada dia que passa a maioria acaba tendo um empobrecimento amoroso, seja lá por quais inúmeros motivos. O fato é que talvez, esses motivos, são descontados de uma forma devastadora, uns sofrem mais e se relacionam menos, outros sofrem menos e se relacionam mais. Deve ser isso que nos dá uma tal repressão, assim, nos iludimos mais, nos entregamos menos, e sofremos mais ou menos.

Assim, relacionamento é um campo minado, com um pé de rosas vermelhas na "linha de chegada". Temos que ir com cuidado, ir pelo caminho certo, sem pressa, pra nenhuma das minas nos acertarem pelo caminho, e não nos machucar, nos fazer sofrer, mas às vezes há algumas minas que nos acertam, então cuidamos das feridas, e quando elas cicatrizam, podemos tentar ou não chegar até o pé de rosas, com muita cautela, para que as feridas não sejam refeitas. Mas quando chegamos ao pé de rosas vermelhas, ainda temos outra prova: cuidar do pé de rosas pra que ele sempre exista, que não morra, que ninguém o destrua. Que ao manuseá-lo tenhamos cuidado para que os espinhos daquele delicado pé de rosas vermelhas não nos machuquem. Às vezes o problema está nas próprias rosas, que vão aos poucos perdendo a cor e o encanto, murchando, chegando a um fim. Mas quem cuida do pé de rosas com carinho e dedicação, ela cresce, cresce tanto, em uma proporção infinita, onde nem
o céu é mais o limite, assim como um sentimento denominado amor.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

- Se eu traisse você com outra
pessoa... nós ficaríamos amigos?
- Não.
- Inimigos?
- Também não.
- Então ficaríamos o quê?
- Quites.

Pavão no Deserto

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Imagino um pavão, no deserto. Com todas aquelas características típicas de um Pavão. O corpo de um azul-marinho, chamativo e exuberante. Passando para a cauda, que é o que dá ao Pavão a maior característica dele: maravilhoso, por completo. E como poderia não deixar de ser? Ele se exibe mostrando aquelas penas de cores inusitadas e brilhosas, que parecem até olhos, com o rabo arreganhado. Mas pra quem ele iria se exibir, sem espectadores no deserto? Ele não lembrava muito bem de sua infância, mas sabia que ali não era o seu lugar, e que por algum motivo ele chegara ali, longe de todos, exceto por algumas cobras, lagartos, escorpiões e esses animais inusitados do deserto. Ninguém o dava atenção, ninguém o entendia, e todos o achavam estranho, pelo simples fato de dar cor àquele lugar de alguns tons alaranjados, e sem vida. Mas isso despertava inveja de outros animais que queriam ter todas aquelas cores das quais o pavão possuía. Ele sabia que aquele não era o seu mundo, ele gostava das cores, do verde, lembrava vagamente de como ele dormia em cima dequelas árvores altas e aconchegantes, e agora nem tinha um lugar certo onde dormir, qualquer lugar já era um lugar. Então ele decidiu andar, andar sem destino, à procura de alguém que o desse valor, alguém semelhante, pois ele sabia que não era o único a ser daquele jeito, alguém que o fizesse feliz, o desse atenção, pois ninguém naquele mundo o alegrava. Vagou por bastante tempo, tanto tempo que nem se lembrava mais. E enfim, encontrou um jardim. Nossa! E como era lindo aquele jardim, todo verdinho, com grama macia, e com várias árvores, de todos os tamanhos, e com a maior surpresa que o pavão poderia ter! Ele encontrou e logo se apaixonou, quando encontrou uma "pavoa", na verdade, a sua "pavoa".

Préssagio

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

M inha preciosidade
A ntes mesmo que soubesse
Y ou já era importante
A umentando minha vontade de viver
R evitalizando meu ser
A gora e sempre.


Júnior, 26.02.92


meses antes de vir ao mundo;
eu também já o amava.

*foi a primeira vez, em 15 anos,
que eu me senti importante,
mas importante de verdade.

Só às Vezes

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

O mundo me devora com todo seu vigor,
e logo depois me cospe sem nenhum pudor.
Às vezes penso que é por eu não prestar,
por eu não fazer bem.
Só às vezes.
Só penso.


Às vezes imagino o dia em que nossos corações
irão bater em um ritmo febril e frenético,
em sintonia perfeita, batida perfeita.
Só às vezes.
Só imagino.

Alfabeto - parte III

domingo, 2 de setembro de 2007

Ela: - Eu te quero.
Ele: - Você já me teve.
Ela: - Quero ainda mais!
Ele: - Ah! Você não presta mesmo, hein?
Ela: - Eu nunca disse que prestava.
Ele: - O que obviamente não presta, sempre me interessou muito.
Ela: - Clarice Lispector tem toda razão, não acha?
Ele: - Certamente.
Ela: - [...]
Ele: - Mas sabe de uma coisa?
Ela: - O quê?
Ele: - Você, presta como "amiga", nada além.
Ela: - E você não presta de maneira nenhuma.

Alfabeto - parte II

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Não se passaram muito tempo, depois daquela conversa, então em uma noite de segunda que resolvi mudar, afinal, estava solteira e ele também, e ambos não queriam compromisso, o que eu perderia? Lembro que aula estava tão boa, que o professor nem iria se incomodar se eu levantasse. Ele estava ali, e como de costume, sentou na frente. Para não ter que levantar só pra falar com ele, tive uma idéia. Peguei meu caderno, e arranquei uma folha, já rabiscada, e fiz uma bolinha de papel. Levantei indo em direção ao lixo - que ficava na frente - como pretexto para falar com ele. Joguei a bolinha de papel no lixo, depois fui à direção dele, e sussurrei em seu ouvido:

- Eu te quero.
E dei-lhe um beijo do rosto. Ele me olhou meio espantado, nem disse nada. Dei um sorriso sem graça, e minhas covinhas apareceram mais do que nunca, e apesar de não ter um espelho ali, eu sabia que elas estavam aparecendo. E fiz de propósito, eu sabia que ele gostava das minhas covinhas. Virei e fui sentar-me, quando sentei e o olhei, ele me deu um sorriso meio sacana. Depois de um segundo o sinal bate, a aula acaba. Ele vem com um sorriso na boca falar comigo.
- Vem comigo, quero te mostrar uma coisa.
- O quê?
- Vem comigo, tá no carro, é um CD.
- Do NX? - perguntei, afinal, ele e eu gostamos.
- É, vem!

E eu fui. Ele sentou no bando do motorista, eu no de passageiro. Pegou o CD e pôs pra tocar. Rapidamente pegou a chave do carro e ligou, antes que eu percebesse, ele já estava dirigindo.
- Tá louco? Vai me raptar é?
- Quase isso.

Confesso que fiquei com um pouco de medo, não iria querer aparecer daqui há algumas semanas no linha direta, com uma atriz nada a ver me "imitando" e detalhe: sendo morta, ora mais! Exageros a parte, mas eu tinha que ligar para o meu pai pra avisar, afinal, ainda não sabia dirigir, e ele todos os dias me buscava.

- Tá me levando pra onde? Tenho que avisar meus pais.
- Pro céu.
- HAHAHAHA, vai me matar?
- Vou.
- Como?
- De amor.
- Hum...
- Se fosse matar de tirar a vida, você não iria pro céu.
- É, eu sei disso.
Falei cabisbaixa, pegando a bolsa pra ligar pro meus pais. Mas ele não deixou, segurou a minha mão e coloquei meio que forçada o celular de volta na bolsa.
- Não liga agora, não.
- Tudo bem.

Enquanto o NX tocava agente ia conversando. Até que ele parou o carro, estávamos em frente a praia, entre a praia e nós, estava a barragem. Não saímos do carro. Ele pôs uma música especial, mas não do NX, outra... e que até hoje quando escuto me faz lembrá-lo e lembrar daquele dia.
- Você gosta dessa música? - ele me perguntou.
- Gosto sim! - e eu realmente gostava.
- Então deixa tocar, vai ser a nossa trilha sonora.
Ele virou de lado, fitando bem seus olhos nos meus.
- Tá tudo tão lindo não é? O céu, o mar, o vento, a música... Você!
- Eu? Que nada, eu não sou bonita.
- Não é mesmo. É linda!
Fiquei com vergonha, e olhei para baixo. Ele se inclinou, tentando me olhar nos olhos, mas como não levantei, ele delicadamente pôs a mão em meu rosto, levando os seus lábios de encontro ao meu.
- Calma!
- Porquê? Fiz algo errado?
- Não, não é isso...
- O que é então?
- É que eu já tenho a sua letra...
- Você realmente se importa com isso? - e me olhou com um cara de cachorrinho pidão.
- Claro que não! Tô brincando.

- Idiota. - ele disse com uma cara de "uffa", e ai sim, nos beijamos.

Ficamos ali mais algumas horas, não por muito tempo, afinal, eu nem tinha avisado meus pais, que eu tinha certeza que me dariam uma bronca quando eu chegasse. Ele me deixou em casa, e nunca mais ficamos, e como ele havia dito, "ele só queria me pegar", mas amizade é tamanha que parece que
isso nem aconteceu.

Alfabeto - parte I

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Sempre sentava no fundo. Talvez para ter uma visão privilegiada da sala, além de compartilhar, risos, brincadeiras, e algumas cochiladas com a "galera do fundão". Todos os dias o via, dava um abraço bem apertado nele, e retribuia com um beijo na bochecha. Diferente de mim, ele sempre sentava na frente, não que isso significasse inteligência, mas era raro ele sentar no fundo. Certo dia, anotando concentradamente os dizeres do quadro de alguma aula da qual não me recordo muito bem, vejo com o canto do olho alguém se inclinando como se quisesse falar algo, era ele:
- Sabe o que eu tava lembrando?
- O quê?
- De quando agente tava na 6ª série e trocávamos várias mensagens no celular.
Olhei espantada, com o súbito assunto puxado, mas respondi com alegria:
- Ah, claro que eu lembro. Minha mãe até escondeu meu celular porque eu gastava todos os meus créditos contigo.
- Era? haha, não sabia disso.
- [...]
- Eu fiquei doidinho pra ficar contigo naquela época, eu até era "BV".
- É, eu também era, e também fiquei...
- Ficou o quê?
- Doidinha pra ficar contigo.
- Olha só. Agente aqui revelando coisas...
- Pra você ver como é...

E o silêncio foi feito entre nós, continuei com minhas anotações do quadro e ele também, cantando a parte de uma canção da qual nós gostamos: "se nada está tão bem, só estou perdendo tempo, só me responda agora... eu te feliz, todo esse tempo que esteve aqui...". Depois calou-se acho que criando coragem para me dizer...
- Eu ainda sou doidinho pra ficar contigo.
Olhei com espanto. Dei um riso que era meio de espanto, meio de vergonha, meio incrédulo, meio presunto, meio calabresa.
- É sério, queria ficar contigo ano passado, antes dele (?) ficar com você.
- Ah é muito.
- É sério, fica comigo.
- Desculpe, não posso.
- Claro que pode. Porque não poderia?
- Por vários motivos... Você é da mesma sala que eu, não dá certo.
- Mas eu não quero namorar contigo, só quero te pegar!
- Aí é que tá, eu quero namorar. E você acabou de terminar um relacionamento. E eu já tenho a sua letra.
- Minha letra?
- É, oras.
- Como assim, "minha letra"?
- Sabe o alfabeto? quero completar o alfabeto com a primeira letra dos nomes dos garotos. E a sua eu já tenho.
- Ah, que nada, repete a letra.
- Não. Só quando eu completar.
- Você é uma puta...
- Porquê? Só porque eu tenho sua letra? Grande idiota, você.
- Não. Você é uma puta de uma esperta.
- Porquê?
- Porque você nem deu a desculpa de que "eu não fico porque eu não gosto de você"...
- Não vejo nenhum mérito nisso.
- Mas eu vejo. Você é esperta a ponto de não cair meu "joguinho". Nem tem mais graça, eu errei na minha lábia e acabei soltando o "quero te pegar, e não namorar", e me surpreendeu quando disse que queria completar o alfabeto, nunca tinha escutado isso a maioria das garotas não são assim.
- Eu não sou como as outras garotas.
- Definitivamente, é bem esperta.
- Não, eu não sou esperta, eu sou muito pior.
- Porquê não?
- Porque nada do que eu te falei é verdade.


E verdade seja dita, é tudo mentira.

Espetáculo

terça-feira, 21 de agosto de 2007

E mais uma vez promessas foram feitas e nenhuma cumprida. A promessa de que os sentimentos seriam renovados a cada dia, promessas de sermos melhores, de que tudo seria diferente, assim como o garoto que não andou tão cedo de bicicleta por ter medo de se machucar , não repetir no mesmo erro e na mesma dor. Foi assim, sem medo. Mas às vezes penso que o que começa errado sempre vai terminar errado, e um passo fora da linha faz perder o equilíbrio, a sintonia, o encanto, e assim, foi o começo do fim de nossas vidas, distintas. É impressionante o poder que ele tem de acabar com a minha razão, e dá vazão a faculdade do sentimento, e o pior, o poder de misturar todos esses sentimentos de uma só vez, é devastador, sinto ódio, amor, rancor, ciúme, alegria, tristeza, e parecia que essa tempestade nunca ia acabar. O mundo era tão cinza e tão frio, ficava deitada na grama perdida em meus próprios sentimentos, olhando para o céu e vendo nuvens cinzas em contraste com o azul marinho do céu, sem nenhuma estrela a brilhar. Fiquei lá, horas e horas, com a chuva escorrendo pelo meu rosto, e minha roupa encharcada. Demorou, e enfim, os primeiros raios de sol começaram a iluminar aquele mundo cinza e sem cor, secando todos os resquícios do passado, e iluminando meus olhos, e pincelando de cores mútuas aquele mundo acinzentado, revelando belo arco-íris, que acabara de surgir. Tive a minha chance de mudar tudo isso, e essa tempestade não aconteceria - mas também não iria conhecer o outro lado, o lado do qual vai ver nem significava tanto pra mim - assim, vivi um mundo de mentiras, palavras ditas ao acaso, mas era um sonho. Acordei! Eu precisava acordar, precisava para dá um basta em tudo isso, em todas essas juras, e em esse teatro do qual eu era a protagonista, em que os sonhos não semeavam a realidade. Mas o espetáculo sempre acaba, e a palhaça tem que se despedir de seu público, pra mais uma vez, algum dia o espetáculo recomeçar, e assim, a cortinas se fecharam, mas se abriram para um novo mundo mais colorido e pode ter certeza, bem mais real.

Bicho besta

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Meninas, garotas, mulheres. A primeira coisa que você tem que entender é: não tente entendê-las, nem elas mesmas se entendem quanto mais vocês, homens. Mulheres são estranhas, complexas, e complexadas, fúteis, às vezes traiçoeiras, invejosas, ciumentas, mas mesmo assim sem elas vocês não vivem, homens (exceto os homossexuais). E que qualquer coisa, mísera que seja, já é motivo de uma fuziladora troca de olhares, como por exemplo, o fato de um garoto ter parado de ficar com uma garota pra ficar com outra, já é motivo de duas rixas, a primeira é a da garota que foi trocada, e a outra é a das amigas da garota que foi trocada, foda não?

É por isso que eu prefiro os homens, não me levem à mal, vocês que se dizem minhas amigas, mas é que os homens são mais legais. Talvez a magia de uma amizade entre o homem e uma mulher é de que ambos tentam entender o sexo oposto. Os meninos são mais fugaz, mais perspicaz que as meninas, bem, a maioria. Talvez eu seja diferente, ás vezes eu deixo meu ego masculino falar mais alto, até para tentar entendê-los, talvez isso explique a numerosidade de amigos que tenho. Mas há o lado ruim dessa amizade. Descobri que as meninas confiam piamente em uma amizade envolvendo só ‘sentimento de amigo’, mas a maioria dos meninos que tem amigas, ou têm algum interesse nela, ou começam a gostar, mas é claro que há suas exceções.
Aprendi que as meninas brigam ou não se gostam por dois motivos: homens e dinheiro. Seja pelo belo carro, seja pela bela casa, seja pelo bom emprego, seja por dever, o dinheiro ta envolvido em tudo isso. Mas, o homem é algo que se conquista (ou não). Casa, carro, emprego, com esforço, estudo ou um pai rico você consegue. Homem não, se eles já têm alguém, e você o quer, é muito mais difícil, principalmente se os sentimentos não forem recíprocos. E a capacidade que as mulheres têm de brigarem por causa de vocês, homens, é grande, além dos ciúmes sem razão, inventei 3 tipos de ciúmes, que se dividem em duas partes.

A primeira parte é do o “ciúme póstumo” que é aquele ciúme que as mulheres têm pela falecida mulher do seu marido, que ta quieta, lá na dela, e mesmo assim têm ciúme. Há também o “ciúme do passado” que é aquele ciúme de uma mulher que já passou pela vida do homem e mesmo assim sente ciúme, às vezes com razão, eu entendo, mas às vezes a pessoa já ta casada e com filhos, mas vem o “ciúme do passado” atormentar. A segunda parte é o “ciúme antecipado”, que talvez seja o mais comum, que é aquele ciúme que o homem não teve nada com a mulher, (talvez só haja uma troca de olhares), que é motivo das brigas de vários casais.

Talvez você, mulher, que tenha se identificado, não se preocupe o ciúme da mulher é algo totalmente normal, e racional. Vou Explicar, comparemos humanos á animais, no mundo animal, a fêmea só serve para procriação, e ela não sente ciúmes vamos supor, de um único galo que tem no galinheiro. Ou seja, se a mulher não sentisse desejo, e só servisse para ter filhos, ou saciar o desejo dos homens, ela estaria se comportando como os animais irracionais, mas não é assim, ela “luta” pelo que é seu, pelo futuro ou pai de seus filhos. Já o ciúme do homem é algo mais relacionado com o sexo, e mais irracional também. O homem pode ter ciúme até de uma prostituta que acabara de fazer sexo e que achou um novo cliente. Bicho besta.
Mas afinal, “quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração, e quem irá dizer que não existe razão?”. Vai saber...

:)

sábado, 4 de agosto de 2007

.


"Só eu tenho a verdade absoluta a meu respeito,
e o que vocês fazem é distorcer os fatos."

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Laços de outrora

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Não gosto de me sentir assim, tristeza não seria a palavra, mas acho que é um vazio, um vazio dentro do peito, que dá um apertozinho no coração só de lembrar. Como toda criança eu achava que amigos eram pra sempre, e estaríamos juntos, pro que der e vier. Mas nem sempre é assim, às vezes o destino é traiçoeiro e só nos deixa saudade, não falo da morte porque é algo que todos nós vamos passar um dia, mas me refiro à distância.

Queria que meus amiguinhos de infância, da escola e vizinhos ficassem sempre comigo, mas eles mudaram de escola, e eu mudei de bairro, e perdemos o contato. O mesmo vai acontecer agora, não é novidade pra mim que os amigos vão embora, pra outras salas, turnos, escolas, cidades, países, mas logo agora? No auge dos meus 15 anos, onde agora que eu to sabendo aproveitar e a descobrir a vida, vão me tirar essas pessoas que eu tanto gosto? Não é nenhum exagero, não me refiro às pessoas que vão fazer intercâmbio, porque seis meses, dez, um ano, passam muito rápido. E digo-lhes, muito rápido mesmo. Mas aquelas pessoas que vão embora para sempre e que eu nunca mais verei? Só vai ficar na memória os momentos que passamos juntos, e talvez na fotografia, e quando eu crescer, meus filhos vão perguntar “quem seria essa pessoa” e eu vou dizer que era um amigo, e um filme em minha cabeça vai passar, de como éramos felizes, e achávamos que nossa amizade seria pra sempre, mas cada um vai seguir seu caminho e vai doer tanto em meu coração como dói agora.

Não adianta dizer que a comunicação vai ser a mesma, porque não vai. Até mesmo os que mudarão da sala da escola, eu só poderei os ver nos intervalos, ou quando eu estiver chegando à escola e eles indo embora, talvez menos que 5 minutos para conversarmos, e matarmos a saudades. Mas os que talvez por obra do destino eu os encontre um dia, no começo vamos nos falar com freqüência, depois isso vai ficar cada vez mais raro, e a amizade que antes era tão grande, só vai passar de uma lembrança. Sei que não sou a amiga mais prestativa de todas, e não precisa ser um melhor amigo pra me fazer sentir falta, basta me fazer feliz. Mas só eu sei a saudade que já sinto do que estão distantes, e que vou sentir de pessoas que nunca mais verei.

Sonhos entre as mãos, entre os dedos se vão

terça-feira, 10 de julho de 2007

Sentei na mesinha de balanço na varanda, como de costume, pus o meu boné, aquele sol radiante doía os meus olhos. Fiquei ali, de braços cruzados, com queixo enfiado no peito e o boné inclinado sobre os olhos. Quando levanto meu boné e olho em volta tudo está diferente, acordo em baixo de uma macieira, e próximo de outras árvores, acho que era um pomar, e mais adiante observava uma colina, manchada de musgo. O céu parecia mais azul do que antes, repleto de nuvens algodoadas. Sentia a forte brisa em meu rosto e o cheiro de terra úmida em contraste com as flores lembrava minha infância.

Subitamente ouço um riso, um riso leve, que alegrava os meus tímpanos, e me trazia uma sensação de bem-estar. Fui seguindo esse som... Deparo-me com uma bela mulher, de cabelos negros e compridos, bochechas rosadas, olhos verdes, com o sorriso mais lindo que já vi. Ela não falou nada, sorriu para mim, como se estivesse me chamando, pedindo para eu acompanhá-la, correu parecendo uma ninfa em direção a colina, e eu a seguindo sem saber o que meus passos diziam. Seu vestido rosa bebê oscilava com o vento quando chegou ao ponto mais alto da colina.

Enfim subi a colina ofegante, com meu coração disparado, eu fiquei à sua frente, ela não sorriu mais, ficou séria. Eu cheguei mais próximo, percebi que o cheiro de flores campestres ficava mais forte, como o cheiro de margaridas. Pus minha mão levemente em suas costas, e a outra em seu rosto aveludado, ela fechou os olhos e deu um leve sorriso com o cantinho da boca, fechei os meus olhos tocando meus lábios nos seus. Ao selar o beijo eu não a sentia, meus braços perderam-se no ar, ela desvaneceu. Abro os olhos e abruptamente tudo aquilo some, mas o agradável cheiro de margaridas ainda ficara em mim.

17 de fevereiro de 2007

sexta-feira, 6 de julho de 2007

- Sim... Do que falávamos? Da historinha?
- Isso, isso! Vamos continuar...
- Eu estava de um lado, e você do outro. Eu estava pensando em você, mais você nem sabia que eu existia... só estava pensando em suas manobras de patins*
- Mas eu sempre sentia que faltava algo em minha vida. E sabia que lá no horizonte tinham as respostas para as minhas perguntas.
- E então, todos os dias você ia pra esse lugar refletir, pensar na vida... E encontrar o que faltava pra ela ser completa.
- Imaginava você nas nuvens, só via uma franjinha, e um sorriso lindo.
- E você achou a solução?
- Achei! Meio que sem querer...
- Então diga-me.
- Um dia, lá passando, cheguei a conclusão que tava perdendo tempo, e sabia que o que eu mais queria estava lá, do outro lado, porque não ir logo ao encontro dessa felicidade!? Então FUI! Fui até ela de canoa, mas a canoa furou, e afundou, tive que nadar, não desisti, nadei, nadei, lutei contra um Boto cor-de-rosa, ganhei, e fui cada vez mas rápido. Finalmente cheguei do outro lado, lá estava você, eu sabia, tinha certeza, achei o que me faltava! Estava completo, deu friozinho na barriga, fui até você, te olhei nos olhos, nem falamos nada por alguns segundos, sorrimos de um jeito mais que especial, e então nos beijamos, com os olhos bem apertados!
- Então, depois, se olharam felizes, não acreditando naquilo, passaram horas e horas conversando, e passeando de mãos dadas, até o anoitecer...
- Ele falou o que sentia, e das coisas que lhe fizeram ir até ela.
- Isso... E ela ficou muito feliz ao saber que ele enfrentou um Boto, e nadou contra a correnteza para vê-la... Conversaram muito tempo, riam e se divertiam, que o tempo passou e eles nem perceberam. Ela e ele tinham que se despedir e ir pra casa, seus pais já estavam preocupados, mas nenhum dos dois queria ir, e de coração partido se despediram...
- Fazer um final feliz?
- Claro que sim;
- Ele teve que nadar tudo de volta, coitado.
- Mas ela disse, que se algum dia ele à quisesse, ela ia ficar lá, esperando por ele, o dia que ele fosse novamente atravessar e nadar contra e correnteza.
- Ele percebeu que tudo ficou claro em seus olhos, e o que ele queria era que tudo desse certo. E falou: “tudo está ao nosso alcance”.
- E ela respondeu: claro que está, tudo é possível!
- Então, ele foi para sua casa, e fez de suas aventuras uma rotina, então conquistou a família da “guria”. E depois de toda dificuldade de conquista da família, eles puderam viver esse amor, o amor mais sincero e verdadeiro que já existiu. Fizeram tudo no tempo certo, e assim puderam viver a cada dia de suas vidas uma nova paixão pela mesma pessoa que estava do seu lado. Sempre apaixonados...
- E a cada dia que passava esse amor aumentava. E assim eles faziam que cada dia que esse amor durasse que fosse eterno, e procuravam aproveitar ao máximo.
- E esse amor era o combustível de suas vidas.
- E assim ficaram juntos o tempo suficiente pra ser inesquecível!

Fim.