Relacionando

domingo, 30 de setembro de 2007

Não importa a sua idade e quantas pessoas já passaram na sua vida, talvez você até não acredite, mas a vontade de encontrar o "amor da sua vida", todos temos. Eu sei que lá no fundo todos têm essa vontade, mesmo dizendo que nunca vão achar alguém, ou que nunca vão casar. Acho que a cada dia que passa a maioria acaba tendo um empobrecimento amoroso, seja lá por quais inúmeros motivos. O fato é que talvez, esses motivos, são descontados de uma forma devastadora, uns sofrem mais e se relacionam menos, outros sofrem menos e se relacionam mais. Deve ser isso que nos dá uma tal repressão, assim, nos iludimos mais, nos entregamos menos, e sofremos mais ou menos.

Assim, relacionamento é um campo minado, com um pé de rosas vermelhas na "linha de chegada". Temos que ir com cuidado, ir pelo caminho certo, sem pressa, pra nenhuma das minas nos acertarem pelo caminho, e não nos machucar, nos fazer sofrer, mas às vezes há algumas minas que nos acertam, então cuidamos das feridas, e quando elas cicatrizam, podemos tentar ou não chegar até o pé de rosas, com muita cautela, para que as feridas não sejam refeitas. Mas quando chegamos ao pé de rosas vermelhas, ainda temos outra prova: cuidar do pé de rosas pra que ele sempre exista, que não morra, que ninguém o destrua. Que ao manuseá-lo tenhamos cuidado para que os espinhos daquele delicado pé de rosas vermelhas não nos machuquem. Às vezes o problema está nas próprias rosas, que vão aos poucos perdendo a cor e o encanto, murchando, chegando a um fim. Mas quem cuida do pé de rosas com carinho e dedicação, ela cresce, cresce tanto, em uma proporção infinita, onde nem
o céu é mais o limite, assim como um sentimento denominado amor.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

- Se eu traisse você com outra
pessoa... nós ficaríamos amigos?
- Não.
- Inimigos?
- Também não.
- Então ficaríamos o quê?
- Quites.

Pavão no Deserto

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Imagino um pavão, no deserto. Com todas aquelas características típicas de um Pavão. O corpo de um azul-marinho, chamativo e exuberante. Passando para a cauda, que é o que dá ao Pavão a maior característica dele: maravilhoso, por completo. E como poderia não deixar de ser? Ele se exibe mostrando aquelas penas de cores inusitadas e brilhosas, que parecem até olhos, com o rabo arreganhado. Mas pra quem ele iria se exibir, sem espectadores no deserto? Ele não lembrava muito bem de sua infância, mas sabia que ali não era o seu lugar, e que por algum motivo ele chegara ali, longe de todos, exceto por algumas cobras, lagartos, escorpiões e esses animais inusitados do deserto. Ninguém o dava atenção, ninguém o entendia, e todos o achavam estranho, pelo simples fato de dar cor àquele lugar de alguns tons alaranjados, e sem vida. Mas isso despertava inveja de outros animais que queriam ter todas aquelas cores das quais o pavão possuía. Ele sabia que aquele não era o seu mundo, ele gostava das cores, do verde, lembrava vagamente de como ele dormia em cima dequelas árvores altas e aconchegantes, e agora nem tinha um lugar certo onde dormir, qualquer lugar já era um lugar. Então ele decidiu andar, andar sem destino, à procura de alguém que o desse valor, alguém semelhante, pois ele sabia que não era o único a ser daquele jeito, alguém que o fizesse feliz, o desse atenção, pois ninguém naquele mundo o alegrava. Vagou por bastante tempo, tanto tempo que nem se lembrava mais. E enfim, encontrou um jardim. Nossa! E como era lindo aquele jardim, todo verdinho, com grama macia, e com várias árvores, de todos os tamanhos, e com a maior surpresa que o pavão poderia ter! Ele encontrou e logo se apaixonou, quando encontrou uma "pavoa", na verdade, a sua "pavoa".

Préssagio

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

M inha preciosidade
A ntes mesmo que soubesse
Y ou já era importante
A umentando minha vontade de viver
R evitalizando meu ser
A gora e sempre.


Júnior, 26.02.92


meses antes de vir ao mundo;
eu também já o amava.

*foi a primeira vez, em 15 anos,
que eu me senti importante,
mas importante de verdade.

Só às Vezes

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

O mundo me devora com todo seu vigor,
e logo depois me cospe sem nenhum pudor.
Às vezes penso que é por eu não prestar,
por eu não fazer bem.
Só às vezes.
Só penso.


Às vezes imagino o dia em que nossos corações
irão bater em um ritmo febril e frenético,
em sintonia perfeita, batida perfeita.
Só às vezes.
Só imagino.

Alfabeto - parte III

domingo, 2 de setembro de 2007

Ela: - Eu te quero.
Ele: - Você já me teve.
Ela: - Quero ainda mais!
Ele: - Ah! Você não presta mesmo, hein?
Ela: - Eu nunca disse que prestava.
Ele: - O que obviamente não presta, sempre me interessou muito.
Ela: - Clarice Lispector tem toda razão, não acha?
Ele: - Certamente.
Ela: - [...]
Ele: - Mas sabe de uma coisa?
Ela: - O quê?
Ele: - Você, presta como "amiga", nada além.
Ela: - E você não presta de maneira nenhuma.